01/10/2010

APAE-DF realiza Fórum do Trabalho da Pessoa com Deficiência

O Museu Nacional de Brasília, localizado no Complexo Cultural da República, foi palco do Fórum do Trabalho da Pessoa com Deficiência nos dias 29 e 30 de setembro de 2010. Mesas e palestras tiveram como tema a realidade da inserção de pessoas com deficiência no mundo do trabalho.

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O evento foi organizado pela APAE-DF com a colaboração de outras entidades e organizações de apoio à pessoa com deficiência. Participaram o Centro Educacional da Audição e Linguagem Ludovico Pavoni – CEAL, o Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais – CEEDV, o Instituto Cultural, Educacional e Profissionalizante de Pessoas com Deficiência do Brasil – ICEP, a Acessibilidade Brasil e a Federação Nacional das APAEs. O Museu Nacional de Brasília cedeu seu auditório para o evento e o Grupo Amaral disponibilizou ônibus para o transporte de alguns aprendizes com deficiência atendidos pelas entidades participantes, incluindo os beneficiários dos quatro núcleos da APAE-DF. Os principais patrocinadores do Fórum foram o banco Bradesco, a empresa Eficiência Brazil e o banco Itaú.

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O primeiro dia do Fórum foi aberto pela presidente da APAE do Distrito Federal, Sra. Maria Helena Alcântara, acompanhada pelos autodefensores da Associação no DF, Haroldo Martin Neto e Franciene Diogo Oliveira. A presidente agradeceu aos colaboradores do evento e ressaltou a origem do evento e sua importância dentro do processo de inserção profissional defendido pelas entidades participantes.

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As boas-vindas foram seguidas de uma linda apresentação artística do grupo Vidança, formado por pessoas com deficiência visual da Biblioteca Braille de Brasília. Os dançarinos agradaram tanto à plateia que foram convidados para voltar no segundo dia do Fórum para encerrar o evento.

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A primeira mesa do dia teve como objetivo apresentar os trabalhos das instituições participantes do Fórum. O CEEDV foi apresentado pela professora Suzana Silva Carvalho, que falou dos atendimentos em favor de pessoas com deficiência visual. A vice-diretora do CEAL, Maria Inês Vieira, falou do trabalho que o centro realiza em benefício de pessoas com deficiência auditiva. O presidente do ICEP-Brasil, Sueid Miranda Leite, apresentou os resultados do instituto na área da inserção profissional de pessoas com deficiência. Por fim, a coordenadora da unidade da APAE-DF de Sobradinho, Ester Toledo, apresentou o trabalho desenvolvido pela APAE em todo o Distrito Federal.

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A primeira palestra do dia foi comandada pela procuradora do Ministério Público do Trabalho, Dra. Maria Aparecida Gugel, que falou sobre o Benefício da Prestação Continuada (BPC) e suas implicâncias no processo de inserção profissional de pessoas com deficiência. À tarde, uma mesa foi aberta para a apresentação de experiências e depoimentos sobre diferentes modalidades de inserção profissional. A mesa foi coordenada pela professora Fabiana Martins, integrante do RH Organizacional da APAE-DF, setor responsável pela colocação e assessoramento profissional das pessoas com deficiência qualificadas pela associação.

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Na área do emprego apoiado, os depoimentos foram da professora Idê Borges e da ex-aprendiz da APAE-DF Juliana Segal Ramos. Elas falaram do projeto de higienização de bens culturais, realizado pela APAE-DF em parceria com a Universidade de Brasília e o Arquivo Nacional. Qualificada pelo projeto, Juliana atua hoje como higienizadora de livros e documentos na Biblioteca da Câmara dos Deputados.

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Na área do trabalho autónomo individual, falaram a coordenadora do Programa de Atendimento Sócio-ocupacional da APAE-DF, Solange Rocha, e a aprendiz Valdecina Bispo, que viabiliza seu sustento com a venda de produtos artesanais. O programa coordenado por Solange favorece pessoa com deficiência intelectual que já não apresentam perfil para ingressar no mercado de trabalho competitivo, seja pela combinação de seus comprometimentos ou por estarem em processo de envelhecimento.

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Também como trabalho autônomo, foi destacada a experiência da cooperativa inclusiva Maria Flor. A presidente voluntária da cooperativa, Raquel Farias, e a cooperada Cláudia Furtado da Silva, falaram sobre o projeto iniciado em 2006 com o apoio da APAE-DF e que viabiliza a geração de trabalho e renda para pessoas com deficiência intelectual e familiares carentes.

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No mercado competitivo aberto, os depoimentos foram da professora Patrícia Raposo, que possui deficiência visual e atua na Universidade de Brasília, e do senhor Marcos Bandeira, que possui deficiência auditiva e trabalha na Secretaria de Transportes do Distrito Federal.

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Para fechar o primeiro dia de Fórum, foi realizada uma mesa com o tema “Políticas Públicas de Educação Profissional e Trabalho para Pessoas com Deficiência”. Participaram o Senhor Rogério Reis, representante do CONADE, do Ministério do Trabalho e Emprego; a senhora Marlene Gotti, representante da Área de Educação Especial do Ministério da Educação; e a senhora Maria de Nazaré Bezerra Oliveira, representante da SETEC – Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação. A mesa foi coordenada pela Dra. Sandra Marinho, procuradora jurídica da Federação Nacional das APAEs.

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O segundo dia do Fórum (30/10) foi aberto com a apresentação musical da “Banda Brilho”, formada por integrantes do Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais – CEEDV. Interpretando canções dos Beatles, Jota Quest e Roupa Nova, eles envolveram todo o público. Em seguida, a mestre de cerimônia do Fórum, Wall Ribeiro, integrante do RH Organizacional da APAE-DF, retomou a programação do evento.

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A primeira mesa discutiu o tema “Acessibilidade da Pessoa com Deficiência no Mercado de Trabalho”. Participaram a Diretora de Políticas Temáticas da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Ana Paula Crosara de Resende; o presidente da Acessibilidade Brasil, Guilherme Azambuja Lira e o jornalista Antônio Leitão. A mesa foi coordenada pela professora Maraísa Helena Borges, coordenadora Geral Pedagógica da APAE-DF.

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A mesa seguinte reuniu depoimentos de familiares e pessoas com deficiência que já participaram do processo de inclusão no trabalho. A coordenação dos depoimentos foi realizada pela professora Cecília Alecrim, que coordena a área de saúde e bem-estar da APAE do Distrito Federal.

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Durante a mesa, mãe e filha, Maria Pureza e Vivian Pureza, falaram sobre suas experiências e o apoio da APAE-DF na inserção profissional de viviam, que possui deficiência intelectual. Outros jovens qualificados pela APAE-DF também deram seus depoimentos. O destaque foi o aprendiz Dalton que tirou risos do público ao descrever, com bastante humor, suas experiências em diferentes empresas por onde passou até conquistar uma vaga nas lojas Riachuelo.
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Também com mãe e filho, Rita Barros e Tiago Barros falaram de suas experiências. Tiago Barros possui deficiência visual e trabalha no mistério das cidades, aprovado por meio de concurso Público. Afirmou que uma de suas metas é ingressar no Ministério Público para justamente defender os direitos da pessoa com deficiência.

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No período da tarde, o Fórum contou com uma palestra do presidente da Acessibilidade Brasil, Guilherme Lira, sobre as atuais e futuras tendências da tecnologia assistiva em favor da educação e do trabalho de pessoas com deficiência.
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A penúltima mesa do Fórum trouxe como tema a “Dificuldade na Inserção e Permanência da Pessoa com Deficiência no Mercado de Trabalho”. Participaram o presidente do ICEP Brasil Sueid Miranda Leite, a gerente de RH do Hospital Brasília, Mônica Almeida, e o representante da Câmara Americana de Comércio (Amcham), Sérgio Garcia. A coordenação foi da professora Liana Salmeron, integrante da equipe de RH Organizacional da APAE-DF

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A última mesa do Fórum tratou da Importância da Formação Acadêmica e da Qualificação Profissional para a Pessoa com Deficiência no Mercado de Trabalho. Participara a professora da Universidade de Brasília, Sílvia Ester Orrú, o representante do SENAC-DF, Jamir José da Silva, e a diretora da biblioteca da Universidade de Brasília, Sely Maria de Souza Costa. A coordenação da mesa foi da professora Kelly Assunção, coordenadora do Programa Acadêmico da APAE do Distrito Federal.

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O Fórum do Trabalho da Pessoa com Deficiência foi encerrado com uma nova apresentação do grupo Vidança e foi considerado um sucesso por todos os participantes. A expectativa é que o evento se torne tradicional e envolva a cada ano um numero maior de organizações em defesa da inclusão profissional de pessoas com deficiência no Distrito Federal.

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