30/03/2013

Movimento Apaeano define o tema da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla 2013


Publicado pela Fenapaes 

Na reunião da Diretoria e do Conselho de Administração da Fenapaes, realizada em março de 2013 no Rio de Janeiro, foi aprovado o tema: “Desafiando os limites, diminuindo as diferenças.”, para nortear nossas ações para a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla 2013. O tema foi escolhido dentre outras muitas contribuições trazidas pelos Conselheiros e Diretoria. 

O tema remete ao espírito de luta e garra das pessoas com deficiência e também dos apaeanos que têm, nestes supostos limites, a motivação para superação deles, o que, consequentemente, vêm diminuindo as diferenças sociais e o preconceito nestes 59 anos de existência da Apae. O tema sugere a continuidade e ampliação desta característica positiva de nossos atendidos, colaboradores e dirigentes.

A Federação Nacional das Apaes orienta as filiadas a utilizarem o espaço da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla para realizar ações para a promoção das questões apaeanas que vão desde a luta pela defesa de direitos das pessoas com deficiência até a conquista de novos espaços de inclusão.

Utilizem o espaço da Semana para promoverem ações de defesa de direitos e políticas junto aos órgãos públicos, empresas privadas e imprensa. 

Isso pode ser feito através da solicitação de audiências públicas nas prefeituras e câmaras legislativas para debater as questões da deficiência, através de apresentações culturais como: shows, exposições de arte e outras formas de expressão produzidas pelos atendidos das Apaes, preferencialmente nas dependências dos órgãos públicos, empresas privadas, locais de grande circulação como shoppings, nas escolas e instituições de ensino superior, por exemplo. Não se esquecer de buscar a cobertura da imprensa. 

Em dezembro de 2013 será realizada a IX Conferência Nacional de Assistência Social, que é um espaço de debate muito importante para a Apae. Outra sugestão é durante o período da Semana solicitar audiências públicas ou reuniões com os Conselhos Estaduais e Municipais de Assistência Social para debater temas correlatos com a Apae. 

 Vamos à luta!

29/03/2013

TV Justiça debate inclusão de pessoas com Síndrome de Down

O programa Fórum da TV Justiça convidou nossa coordenadora Cecília Alecrim para debater a inclusão de pessoas com a Síndrome de Down. O programa foi exibido no dia 16/03. Assista: 

26/03/2013

Nova lei distrital proíbe que escolas particulares cobrem taxa extra para alunos com deficiência intelectual


Publicado pelo R7 

Pais que têm filhos com Síndrome de Down, autismo ou qualquer deficiência mental não pagarão mais taxas extras a escolas do Distrito Federal. É o que garante a lei 5.089 de 2013, de autoria do deputado distrital Robério Negreiros (PMDB) que foi sancionada nesta terça-feira (26) pelo governador Agnelo Queiroz e publicada no Diário Oficial do DF. 

Com isso, as instituições particulares de ensino estão proibidas de fazerem a cobrança adicional. 

De acordo com o deputado, todos os pais de alunos que estiverem matriculados em instituições privadas, tendo alguma deficiência ou não, desembolsarão o mesmo valor. Antes, o responsável por uma criança especial pagava um valor maior do que outros pais, pelo fato de que o estudante precisaria de mais atenção.

— Agora, eles irão pagar a mesma coisa. Eu protocolei essa lei no ano passado. Uma vez cheguei a ler uma matéria em que um pai pagava três vezes a mais do que os outros, só porque seu filho era especial. Segundo o distrital, sua filha tem uma amiga que é portadora de Down. 

 — Com isso, nós vamos diminuir o preconceito. Em minha opinião, nem era preciso haver uma lei para regulamentar isso. Bastavam os donos das escolas terem essa percepção.

Igualdade

 Para a presidente da Fenep (Federação Nacional das Escolas Particulares), Amábile Pacios, o custo que os responsáveis têm nas escolas em relação a alguma deficiência de seus filhos, é de pura responsabilidade dos pais. 

 — Eu acho que se algum pai não tem condições de arcar com os custos, deve procurar uma escola pública que atenda o estudante. .

Por outro lado, ela defende a igualdade: 

— As mensalidades devem ser iguais para todos. 

Amábile disse que, se o aluno precisa de uma atenção maior, ela não vê problema em os pais terem que pagar mais que os outros.


Aluna da Apae-DF completa 70 anos!


Dos atuais 400 aprendizes atendidos pela Apae-DF, Aurea Galante é a aluna com mais tempo de vida. Nascida em 16 de março de 1943, em Araguari (MG), ela acaba de completar 70 anos de idade. Para comemorar, a família preparou uma festa especial no Cruzeiro Velho, cidade onde residem, com a participação de algumas professoras da Associação.


Aurea gosta de música sertaneja, de ir à igreja com a família e adora seu celular, o qual chama carinhosamente de “radinho”. Sua primeira escola foi a APAE de Maringá (PR). Há quatro anos foi matriculada na Apae-DF, no programa de atendimento sócio-ocupacional da sede, onde desenvolve sua autonomia e habilidades para a vida prática e diária.


 A Apae-DF deseja saúde, sucesso e muitos felizes anos de vida para sua aluna mais experiente! Parabéns!


25/03/2013

Aprendiz da Apae-DF é convocada para classificação internacional de atletismo


A atleta Adriele de Moraes, aprendiz da Sede da Apae-DF na Asa Norte, recebeu uma convocação do Comitê Paralímpico Brasileiro para participar do “Open Loterias Caixa de Atletismo e Natação”, que será realizado de 23 a 27 de abril em São Paulo. 

O evento contará com a participação de classificadores do Comitê Paralímpico Internacional, cujas avaliações servem de requisito obrigatório para que atletas obtenham marcas e recordes homologados no Ranking Internacional e para que possam participar de grandes eventos mundiais. 

 Adriele é destaque nas categorias especiais de atletismo, especialmente no Salto em Distância, e apresenta grande potencial para as competições internacionais. Os formulários preenchidos e exames necessários para sua participação no evento de abril foram encaminhados pela equipe da Apae-DF. Por ser atleta da Seleção Brasileira, Adriele terá todas suas despesas com passagem, hospedagem, alimentação e transporte custeadas pela confederação local.

A classificação internacional será realizada nos dias 23 e 24 de abril, como parte da programação do Open Loterias de Atletismo e Natação. Desejamos um ótimo desempenho para nossa atleta!

22/03/2013

Yamaha e Pátio Brasil doam instrumento musical para a APAE/DF

Wilma Chaves e Karine Ladeira

Nesta quinta-feira (21), a Yamaha e o Shopping Pátio Brasil realizaram a entrega de um violão para as atividades de educação musical da APAE/DF. A assessoria de projetos da Associação havia contatado o Shopping para solicitar a cessão de seu espaço para as exposições da Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual (prevista para agosto) e, durante as primeiras conversas sobre a possível parceria, já foi viabilizada a doação do instrumento musical.

O violão foi entregue para a presidente da APAE/DF, Sra. Wilma Chaves Kraemer, durante a realização do pocket show "Yamaha Play Now" na praça central do Pátio Brasil, comandado pelos renomados instrumentistas Tuco Marcondes e Rafael Bittencourt. Os músicos inclusive autografaram o instrumento doado para a entidade.
 
Tuco Marcondes, Kaká Taciano e Rafael Bittencourt

Representando os aprendizes da Associação e a equipe de artes da APAE/DF, respectivamente, estiveram presentes a aprendiz Wilminha Chaves e a professora Kaká Taciano. O Assessor de projetos, Thiago Artur, e a coordenadora do Programa Sócio-ocupacional, Cida Bontempo, também compareceram. 

Kaká Taciano, Wilminha e Wilma Chaves

A Apae-DF agradece ao Pátio Brasil e à Yamaha pela doação oferecida e espera contar com a colaboração desses importantes grupos no processo de desenvolvimento e inclusão social de pessoas com deficiências intelectual e múltipla. 

Nosso agradecimento em particular à Karine Ladeira, gerente de Marketing do Pátio Brasil, e à Tatiana Lopes, supervisora de Marketing, pelo carinho com que receberam nossa equipe.

Dia da Síndrome de Down: Aprendizes da APAE-DF exibem sua arte na Câmara!


Nesta quinta-feira (21) foi comemorado o Dia Internacional da Síndrome de Down. Na Câmara dos Deputados, por iniciativa do Deputado Federal Romário, foi realizada uma homenagem às pessoas com Síndrome de Down inseridas no mercado de trabalho. Além dos depoimentos de profissionais especiais de todo o País, algumas apresentações artísticas fizeram parte da programação do evento. A Apae-DF marcou presença em várias frentes.



Qualificada e inserida profissionalmente pela Apae-DF, Elaine Costa, secretária de Gabinete de Romário,  acompanhou o parlamentar durante a homenagem.


Atletas da Apae-DF com Síndrome de Down, alguns beneficiários pela Bolsa Atleta, foram apresentados ao público pela professora e Treinadora Andrea Raulino.



Aprendizes das áreas de Arte da unidade sede da Apae-DF, incluindo a Banda Baião de 2, dançaram e tocaram uma versão da Aquarela do Brasil, sob a coordenação dos professores Cristiane Rocha, Wall Ribeiro, Kaká Taciano e Flavio Hadara.


Profissionais da Equipe de Higienização de Livros e documentos da Biblioteca da Câmara, qualificados pela Apae-DF para a modalidade de trabalho apoiado, também participaram do evento. 


Produtos artesanais desenvolvidos pelos aprendizes do Programa de Atendimento Sócio-ocupacional da Associação foram inseridos na exposição que continuará aberta ao público até o dia 28, na área de exposições do Hall da Taquigrafia (anexo II da Câmara) 



Diversos aprendizes da Associação estiveram presentes na Câmara para acompanhar a homenagem e assistir as apresentações dos parlamentares, amigos e demais profissionais com a Síndrome de Down. 

Reportagem da TV Câmara sobre o Evento:

21/03/2013

Dia da Síndrome de Down: Apae-DF participa de homenagem!


A Câmara dos Deputados realizará a partir das 10h00 de hoje (21/03) uma homenagem ao Dia Internacional da Síndrome de Down. Aprendizes da APAE/DF participam do evento com exposição de trabalhos artísticos, incluindo um número musical. A homenagem será realizada no Hall da Taquigrafia, sendo uma proposta do Deputado Federal Romário.

A Síndrome de Down leva esse nome porque, em 1862, teve suas características descobertas e descritas pelo médico inglês John Langdon Down. No entanto, foi apenas em 1958 que Jerôme Lejeune descobriu que a causa da Síndrome era genética. Até então a literatura só relatava as suas características.

 A Síndrome de Down é resultado de uma variação genética, que ocorre ao acaso durante a divisão celular do embrião. Comumente, na célula humana existem 46 cromossomos divididos em 23 pares. A pessoas com Síndrome de Down possui 47 cromossomos, um a mais, sendo o cromossomo extra ligado ao par 21. Por isso a Síndrome também é relatada como “Trissomia do 21”.

O Dia Internacional da Síndrome de Down foi proposto em 2006 pela Down Syndrome International como o dia 21 de Março, porque esta data se escreve como 21/3 (ou 3-21), o que faz alusão à trissomia do 21. 


17/03/2013

Ariel conseguiu! Conheceu o ídolo Sean Penn!


Publicado pela Veja São Paulo 

Depois de fazer sucesso com uma campanha #VemSeanPenn na internet para trazer Sean Penn ao Brasil, o ator Ariel Goldenberg enfim realizou seu sonho de conhecer o astro hollywoodiano. Na sexta-feira (15), Penn recebeu Ariel e Rita Pokk, sua esposa e também integrante do elenco de Colegas em sua casa na praia de Malibu, em Los Angeles. Segundo a equipe do filme, o encontro foi surpresa: Penn não sabia que o casal planejava ir pessoalmente até sua mansão para entregar uma cópia do filme. Na cara e coragem, eles tocaram a campanhia e, para sorte deles, Penn reconheceu Ariel e os convidou para entrar. Ainda emocionado, o ator, que tem Síndrome de Down, falou, direto dos Estados Unidos, com a equipe da Veja São Paulo sobre o tão esperado encontro com o ídolo: 

 Como foi o momento do encontro de vocês? 
 Foi uma delícia. O Sean Penn é muito simpático e humilde. Ficamos mais de três horas conversando na casa dele. Ele nos levou para conhecer sua praia particular e, depois, até fez um churrasco para a gente! 

Qual foi o momento mais emocionante da conversa? .
Contei para ele que adorei o Uma Lição de Amor (2001), em que ele interpreta um deficiente mental. Para minha surpresa, ele resolveu me presentear com o certificado original de sua indicação ao Oscar por este filme. Além de vir em uma moldura, ele também me deu um pôster do filme autografado. 

 Ele assistiu o vídeo da campanha #VemSeanPenn? 
 Sim, ele viu! Ele disse que diversas pessoas mostram o vídeo para ele. Para nossa produtora, ele comentou que estava viajando a trabalho no Haiti e, por isso, não poderia vir. 

E como vocês chegaram até a casa dele?
Viajamos para os Estados Unidos sem ter nenhum contato dele. Procuramos na internet onde poderia ser a casa dele e fomos até lá bater. Deu certo: ele me reconheceu da campanha na internet e fez questão de nos receber.

Veja o vídeo que gerou a campanha #VemSeanPenn:

14/03/2013

Comper beneficia unidade da Apae-DF de Ceilândia com a campanha Troco Solidário


A Rede de Supermercados Comper elegeu a unidade da Apae-DF de Ceilândia como beneficiária da mais recente fase da campanha “Troco Solidário”. Com as arrecadações realizadas nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, as sete unidades do Comper no Distrito Federal conquistaram mais R$ 49 mil em favor da unidade. O Cheque simbólico foi entregue na tarde desta quinta-feira (14) durante evento realizado na unidade do Comper de Taguatinga. 



 A Apae-DF foi representada pela presidente Wilma Chaves Kraemer, pela atual coordenadora da unidade de Ceilândia, Daniela Culler, pela professora Nessimar Viana, responsável por articular a campanha em benefício da unidade, e pelo aprendiz Túlio dos Santos, que representou os alunos com deficiência intelectual e múltipla atendidos pela Associação. 



 O evento também contou com a presença dos gerentes, supervisores e operadores da rede Comper que se dedicaram nesta importante ação em favor da Apae-DF. A Casa de Moisés de Águas Lindas de Goiás foi a entidade escolhida como próxima beneficiária da campanha.


Desde a criação do Troco Solidário, o Comper já beneficiou mais de mil projetos sociais em todo o país. A ação consiste em solicitar aos clientes do supermercado que doem o troco de suas compras em favor da entidade selecionada. A cada trimestre, um novo projeto social é eleito para receber as arrecadações da campanha.

A Apae-DF agradece a todos os profissionais do Comper que, pela segunda vez na Campanha Troco Solidário, beneficiam as ações da entidade com seu carinho e dedicação. Muito obrigada!!! 

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13/03/2013

Obras raras da biblioteca do INEP são recuperadas por equipe qualificada pela Apae-DF


Publicado pelo MEC
 
Obras raras do século XIX, de história do Brasil e outras coleções antigas da biblioteca do Ministério da Educação, passam por processo de higienização e restauração. O trabalho teve início em fevereiro e o contrato com a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais do Distrito Federal (Apae-DF) tem duração de um ano. Dez jovens, com mais de 18 anos, revezam-se no trabalho. Todos passaram por curso técnico, realizado pela Universidade de Brasília (UnB).
 
“Depois desse trabalho de higienização e de pequenos reparos, os acervos serão digitalizados e ficarão disponíveis no portal Domínio Público”, explica Alex da Silveira, coordenador do Centro de Informação e da Biblioteca em Educação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Ele se refere ao portal mantido pelo MEC, onde pode ser encontrado grande número de obras literárias que já estão em domínio público. A biblioteca tem cerca de 1.500 obras raras, como a coleção original completa, em francês, de Voltaire.
 
Atualmente, os jovens trabalham na recuperação das edições mais antigas da Revista Brasileira de Assuntos Pedagógicos, que é publicada pelo Inep desde 1944. A biblioteca abriga 18 mil livros e 14 mil volumes de periódicos. Se for necessário, o contrato com a Apae-DF poderá ser ampliado. A biblioteca sediada no térreo do edifício-sede do MEC incorpora os acervos trazidos do Rio de Janeiro na década de 1980. Passarão também por higienização documentos de arquivo, que guardam mais de 70 anos de história da educação brasileira.
 
“Muitos desses jovens estão tendo a oportunidade do primeiro emprego, com carteira assinada. São profissionais formados, com capacitação técnica. Chegam prontos e é tranquilo trabalhar com eles”, diz Mônica Kanegae, instrutora de conservação de acervos bibliográficos da Apae-DF, que acompanha o trabalho de higienização e restauração.
 
“Estou bastante feliz. Com o meu primeiro salário comprei remédio, filtro solar, roupas e ração para o Pancinha, o meu pônei”, conta entusiasmada Dayane Dias, 23 anos, que mora numa chácara do Gama, cidade do Distrito Federal. Vestida de jaleco branco, luvas e máscara de proteção, ela se encanta com os livros. “É muito bom mexer com livros, alguns são do exterior, e sempre descubro algo novo, mas tenho que ler bem rápido quando dá tempo”, diz ela.
 
Por Rovênia Amorim
 
Conheça o portal Domínio Público
 
Ouça entrevista com Alex da Silveira, coordenador do Centro de Informação e da Biblioteca

11/03/2013

BRASIL: Inclusão de alunos com deficiência intelectual cresce e desafia escolas


Fonte: G1 

 O ator Ariel Goldenberg, de 32 anos, espera que o premiado “Colegas”, que estreou nesta sexta-feira (1º) no cinema, contando as aventuras de três jovens com síndrome de Down que fogem de uma instituição assistencial, chame a atenção para a inclusão das pessoas com deficiência intelectual na sociedade, a começar pela escola. “Queremos que as pessoas olhem para os deficientes com outros olhos”, diz Ariel, que ficou famoso nas redes sociais após a divulgação do sonho de receber uma visita do ator norte-americano Sean Penn. 

A presença cada vez maior de alunos com deficiência intelectual no sistema educacional convencional está obrigando as escolas a adaptarem seus conceitos pedagógicos.

Segundo o Censo Escolar, entre 2005 e 2011, as matrículas de crianças e jovens com algum tipo de necessidade especial (intelectual, visual, motora e auditiva) em escolas regulares cresceu 112% e chegou a 558 mil. O Censo Escolar não diz quantas destas matrículas são de alunos com síndrome de Down, outra deficiência intelectual ou autismo. O Censo do IBGE, porém, aponta que, em 2010, 37% das crianças com deficiência intelectual na idade escolar obrigatória por lei (5 a 14 anos) estavam foram da escola, número muito superior à média nacional, de 4,2%.

Outro indicador do aumento da inclusão: as matriculas das crianças com deficiência em escolas especializadas e as classes exclusivas nas escolas comuns caiu 48% de 2005 para 2011, quando foram registradas 193 mil matrículas. 

Apesar de a inclusão de crianças e jovens com algum tipo de deficiência nas escolas regulares ter aumentado nos últimos anos, são grandes os desafios de preparar os professores para mantê-las na sala de aula com os demais colegas, e de receber as crianças que ainda estão excluídas.

O modelo de só transmitir o conhecimento do currículo básico já não é mais suficiente. Segundo a professora Maria Teresa Eglér Mantoan, coordenadora do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diversidade (Leped) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a inclusão aparece para mostrar que todas as pessoas são diferentes, algo que a escola não quer conceber. “O senso comum nos faz pensar muito mais na identidade do que na diferença, porque é muito mais fácil. Mas a diferença se apresenta, e você tem que lidar.”

Segundo ela, o mais importante para uma criança com deficiência não é aprender o mesmo conteúdo que as outras, mas ter a possibilidade de aprender a colaborar, ter autonomia, governar a si próprio, ter livre expressão de ideias e ver o esforço pelo que consegue criar ser recompensado e reconhecido. “A escola é a instituição responsável por introduzir a criança na vida pública. E você não pode dizer que esse aqui vai ser introduzido na vida pública e esse não”, diz a educadora. 

Escola regular ou especial?

Rita e Ariel

Na década de 1980, quando o ator Ariel era menino, prevalecia o conceito de que crianças como ele deveriam estar em instituições exclusivas para dar assistência à suas necessidades, e não em uma escola regular. Ariel chegou a fazer o maternal em uma escola comum, mas foi matriculado aos cinco anos na Associação para o Desenvolvimento Integral do Down (Adid), onde seus “colegas” também tinham a mesma síndrome que ele. 

 “Apesar de ser politicamente correta a inclusão, acho que às vezes os pais focam tanto na inclusão que esquecem o incluído. Achei que era melhor ele estudar em uma escola que estivesse no ritmo dele”, explica a artista plástica Corinne Goldenberg, mãe de Ariel, que se preocupava com o possível sofrimento de ver o filho ficar para trás em relação aos demais alunos. “O que o Ariel aprendeu, ele aprendeu na escola especial.” 

Naquela época, era comum que as escolas recusassem a matrícula de alunos especiais. Foi o que aconteceu com Rita Pokk, “colega” de Ariel no filme e esposa do ator na vida real. “Bateram a porta na cara da minha mãe um monte de vezes”, relembra Rita, hoje com 32 anos. Ela conseguiu ser matriculada em uma escola particular aos 12 anos, depois de muito esforço da mãe. Para que a filha, já maior de idade, pudesse frequentar a quinta série no supletivo, a mãe precisou se matricular, fazer as provas e assistir às provas com a filha. Na sétima série, Rita percebeu que o currículo estava avançado demais para ela, e trocou a escola regular pela Adid para fazer amigos. Lá, ela fez teatro e conheceu Ariel. 

Hoje, a ONU e o governo brasileiro defendem que o lugar de todas as crianças é a escola convencional. O modelo aplicado pela rede pública de ensino é estruturado de forma a manter os alunos especiais na sala comum, mas com atividades de apoio individualizadas no contraturno, já que o aluno com deficiência intelectual tem outro ritmo de aprendizado, que em geral não corresponde ao que a escola está acostumada a esperar. Edna dos Santos Azevedo, mãe da aluna Lettícia, de 7 anos, diz que a filha matriculada na Emef 

'Tem de se sentir igual'

 Edna, no entanto, nunca cogitou matricular a menina em uma escola especial. “A evolução da Lettícia [em uma instituição só para alunos especiais] teria sido mínima, ela é muito esperta.” Para a mãe, a convivência com as outras crianças só traz vantagens. Ela diz que a filha nunca sofreu preconceito ou bullying por parte dos colegas. Pelo contrário, é querida pelos amigos, que se oferecem para ajudá-la em várias situações e se preocupam quando ela falta à escola. 

A garota reconhece todas as letras do alfabeto, lê e escreve algumas palavras e aprendeu a falar as cores em inglês. Na aula, a professora Maria Luiza de Oliveira Marques diz que Lettícia participa das atividades e interage na hora da leitura. “Ela é bem resolvida e independente”, diz a professora. A deficiência não é motivo para que Lettícia seja poupada de alguma regra na escola. “Lettícia tem de se sentir igual, se a cobrança não for igual, não há inclusão”, diz a vice-diretora da Celso Leite Ribeiro, Leni Aparecida Villa. 

Além da escola, Lettícia faz atividades na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de São Paulo para estimular raciocínio e coordenação motora. Com anos de experiência no trato com crianças e jovens com deficiência intelectual, Valquíria Barbosa, gerente de serviço sócio-assistencial da Apae de São Paulo, afirma que a criança com deficiência exige aulas mais lúdicas, repetições e um currículo flexível. Na ausência desses itens, a verdadeira inclusão fica comprometida. 

Para Valquíria, a escola especial teve sentido em uma época em que não havia informação e não se sabia quais caminhos seguir, agora não mais. “A pedagogia evoluiu, novos caminhos foram descobertos”, diz a especialista, reafirmando que, para ela, a escola regular é a melhor alternativa.

 “É claro que a família tem receio de como a criança vai ser recebida no ambiente, da preocupação de quem serão seus amigos, de como vai se relacionar. Mas crianças não têm preconceito, elas aceitam os colegas. O adulto, sim, precisa saber lidar com isso.”

‘Aprendeu mais com o iPad do que na escola’ 

O preparo dos adultos, no caso, os professores, no entanto, ainda não chegou a todas as escolas, como já prevê a legislação. Adriana Moral Ramos, coordenadora do Centro Terapêutico Educacional Lumi, especializado em pessoas com autismo e localizado no bairro do Butantã, Zona Oeste da capital paulista, afirma que a maior parte dos alunos que chegam até ela vem justamente de más experiências em escolas regulares. “Os pais escolhem a escola convencional para se aproveitarem do currículo regular, mas depois optam pela especializada para [a criança] não sofrer bullying. No caso do autismo, ainda existe muito preconceito, as escolas acham que, com os problemas de comportamento, o aluno vai desestruturar a sala de aula.”

 Depois de ver o filho Lenin retido com crianças mais novas em uma escolinha particular no bairro onde mora, e nas mãos de professores sem formação para atender às suas necessidades, o designer Eduardo Ferreira dos Santos, de 30 anos, decidiu colocá-lo em mãos mais experientes. “Ele aprendeu muito mais sozinho com o iPad em casa do que na escola”, afirmou Santos. 

Neste ano, o designer matriculou o filho de cinco anos no Centro Lumi. Para pagar a mensalidade de R$ 1.485, Santos publicou um pedido na internet para receber doações de amigos. Em algumas semanas, conseguiu levantar cerca de R$ 8 mil, mas vai necessitar de R$ 19 mil para manter o filho na escola especial durante um ano. Agora, o designer tenta encontrar uma empresa disposta a pagar a mensalidade do menino e deduzir o gasto do imposto de renda. 

Lenin vai ao Lumi pela manhã, e à tarde tem aula em uma escola municipal que conta com uma Sala de Apoio e Acompanhamento à Inclusão (Saai) e uma professora especializada. Durante o período de adaptação, ela permanece na sala de aula com 29 alunos, três deles com necessidades especiais. 

Orçamento apertado 

Nem toda família, no entanto, consegue pagar um atendimento especial para o filho. “Já corri atrás, mas dizem que [a mensalidade da escola especial] é acima de R$ 800”, diz Maria Lenice Ribeiro dos Santos, mãe do menino Hércules, de 12 anos, diagnosticado com autismo. Ela não trabalha para cuidar dos três filhos, com quem mora em um apartamento de dois quartos em um conjunto habitacional no Rio Pequeno, na Zona Oeste de São Paulo. A família recebe um salário mínimo do governo como benefício garantido por lei à pessoa com deficiência.

 Hércules está no sexto ano da Emef Pedro Nava, perto de onde mora. Ele chegou à escola no meio do ano passado, depois que a família mudou de bairro. O menino sabe reconhecer as letras e copiar palavras, mas não consegue ler. Na última segunda-feira (25), sua primeira aula foi de português e, enquanto a professora explicava um exercício sobre substantivos aos demais alunos, Hércules fazia uma tarefa de alfabetização acompanhado de uma professora exclusiva.

 “Ele faz atividades de acordo com a habilidade dele, mas dentro do tema trabalhado na sala de aula, para ele se sentir incluído”, explica a professora especializada em inclusão da escola, Márcia Aparecida dos Santos de Oliveira Fausto. Hércules faz atividades na sala especial da escola das 9h às 10h e estuda na sala regular das 13h30 às 15h. “A ideia é que ele vá aumentando o tempo em que fica na escola”, afirmou a mãe. 

 A dificuldade de Hércules na aula de português reflete outro dado do IBGE: 47,1% da população com algum tipo de deficiência intelectual acima de cinco anos de idade era analfabeta em 2010. Nos casos de pessoas com deficiência visual, auditiva e motora, o índice de analfabetismo caiu para 16,8%, 24,2% e 28,3% respectivamente. A média brasileira, porém, foi de 10,5%, segundo o Censo de 2010.


04/03/2013

APAE-DF: Banda "Baião de 2" retoma apresentações neste mês de março


Se baião já é bom sozinho, quem dirá de 2, de 10 ou de mais e mais pessoas. Formada por Mônica Borges (Voz e cobel), Elizete (voz), Welma (Abê e zabumba), Maria Zenilde (Triângulo, pandeirola e ganzá), Hercílio (Tumbadora) e Aline Alves (bateria), a banda “Baião de 2” é um projeto da APAE/DF que envolve aprendizes com deficiências intelectual e múltipla. O objetivo é utilizar a música como recurso terapêutico e inclusivo, além de promover momentos de entretenimento e de divulgação das potencialidades desses jovens e adultos.

Juntamente com a professora Kaká Taciano (voz e violão), responsável pelo projeto desde março de 2003, e com o apoio dos voluntários Cláudio Bello (guitarra) e Daniel (baixo), a banda procura explicitar a emoção e alegria de seus participantes por meio de canções em estilo baião, forró pé de serra e reggae.Com um repertório que passeia por Gilberto Gil, Alceu Valença, Luís Gonzaga, Mariza Monte, Zé Ramalho e outros artistas consagrados na música brasileira, a Banda “Baião de 2” canta e encanta nos diversos pontos da cidade por onde passa. 

 “Essa banda quebra a cultura da indiferença. Entre risos e cores, igualdade e tambores, os ritmos dessa turma levam e relevam raças, crenças e indiferenças. Cantam e dançam em explosões de verdade e coragem sempre com a verdadeira essência de serem únicos e belos”, poetiza a prof. Kaká.

No dia 8 de março, a banda Baião de 2 se apresenta no Centro de Ensino Especial 01 em homenagem ao Dia da Mulher, às 10h30 e às 15h00. No dia 21 de março, dia da Síndrome de Down, o grupo também deve se apresentar na Câmara dos Deputados, em espaço e horário a confirmar.

Confira algumas fotos dessa turma!